Amor de Criança

O amor é como uma criança. Ele toca a campainha de forma inesperada. E se, ao atendermos ele mete o pé?

Dizem que é brincalhão, alegre, de face rosada, de cabelos longos e cacheados.

É generoso no sorrir, seguro no olhar, interessado no ouvir, fiel nas horas mais desafiadoras.

Amor, só de criança.

Às vezes corremos para atender sua chamada, mas o mesmo se recusa entrar.

Outras, não queremos ser incomodados. É quando fechamos as portas para o amor.

Amar é um ato simples de aceitação e regozijo espontâneo. Basta isso para que ele se acomode em nossos corações.

O amor de que mencionei é mitológico. Considere-o uma criança pura, um cupido, que bate à porta de todos. 

Mas para que o mesmo entre em uma casa é necessário que esta casa esteja nas condições de recebê-lo e dá-lo abrigo e as oferendas da pureza, da sinceridade, do desapego, da docilidade, etc. 

Se ele não encontra isso, mas as exigências de um adulto que quer fazê-lo amadurecer, ele foge. 

O amor, neste arquétipo, necessário à maturidade de quem o recebe, é inconcebível para almas exigentes demais.

O que pode, de fato, sabotar o direito à felicidade do amor?

. Quando perdemos a ternura do olhar;

. Quando falta a meiguice do aconchego;

. Quando nos recusamos permitir ser criança;

. Quando falta espontaneidade no sorriso;

. Quando o coração está empoeirado. O amor espirra!

Quando isto acontece é importante observarmos se não estamos fechados para o amor genuíno.

Fechar-se para o amor puro é ter bloqueado o chakra cardíaco. Nestes casos, o racional está em desacordo com o emocional, e os sentimentos são de abandono, medo, culpa, rejeição, rigidez emocional, vergonha, baixa autoestima.

Faz-se necessário curar a ferida alma.

Onde e quando esperamos pelo amor que nunca chegou? Ou que nunca foi demonstrado ou mesmo reconhecido?

Pode parecer difícil para muitos, porém, o amor real é possível quando nos permitimos à cura da criança interior.

A cura da criança interior é na verdade permitir-se amar novamente, como uma criança.

Douglas Ghimell