Umbanda

Há uma diferença básica entre a umbanda e o candomblé, embora ambos possam conviver de forma complementar, pois não há religião única, nem pensamento que expresse a verdade, senão aquele que unifica, que busca a paz entre os homens e o bem querer dessa grande família chamada humanidade.

Bem, há que se diferenciar a umbanda de outras manifestações religiosas surgidas desde a época dos escravos. A umbanda, em sua concepção terminológica quer dizer: Aum-ban-dá.* significa "viver segundo as Leis de Zambi", na linguagem dos pretos-velhos.

Preto-velho

Segundo os caboclos, Umbanda é a cura. Ora aquele que vive segundo as Leis Divinas obtém para si a cura, pois toda doença é oriunda da má relação do homem com a natureza e consigo mesmo.

Esta concepção de umbanda, embora perdida por muitos, é, na verdade, aquilo que mais se aproxima da verdade não dita, ou do silêncio dos sábios. Sim, filhos, a verdade não pode ser falada, é obtida no silêncio de um arroio, no balançar da folhas, na maré das águas, no crepitar da chama e no cheiro de terra molhada...

Em suas diversas nuances, e todas são devidamente aceitas e respeitadas, desde que haja ordem e boa vontade por parte dos que a praticam, a umbanda sempre será sagrada, como forma de se buscar este equilíbrio e integração com aquilo que o homem perdeu: sua relação com natureza e o respeito aos seus antepassados e, portanto, a consciência de si. Não há conhecimento de Si ignorando seus antepassados, pois todos somos obra de pai e mãe e, por conseguinte, de todos aqueles que de uma forma contribuíram para a formação das gerações futuras.

Quando um filho resgata sua espiritualidade permite aos seus antepassados uma melhora, pois terão mais uma luz a iluminar os seus passos. Esta luz, filho, ilumina tanto do lado de cá, como do lado de lá...

Nada se perde, nada se cria, tudo se transforma. Essa é a lei da eterna magia, assim como a combinação de elementos permite dar forma àquilo que se quer invocar e os resultados a que se quer alcançar.

O que muitos filhos de terra não entende, filho, é que tudo na natureza tem suas consequências e seu preço. E o que é pior, nunca relacionam sua dor e sofrimento com o mal que praticaram. Nunca enxergam suas dificuldades como consequência de sua própria maneira de interagir com a vida: própria e de seus semelhantes...

Na lei de Umbanda e, portanto, uma lei da natureza sagrada, é que mesmo aquele que em terra praticou toda sorte de atrocidades tem a chance de se reparar. Tem a chance de reaver sua conduta e utilizar este próprio conhecimento em prol daqueles que dele necessitam.

Um filha que em terra foi dama da noite, tem a chance, por meio da umbanda, ajudar aquelas filhas "perdidas" a se resgatarem de sua miséria momentânea. Seja em terra ou no além. Alguém tem que fazer algo por estes "filhos de nossos erros"... é tudo um resgate, filho.

O filho, por conseguinte, reencarnação daquele que veio antes da entidade que o acompanha é igualmente responsável por este resgate que um dia terá de ter seu fim, dando origem a uma nova concepção de vida e de luz.

Uma vela pode ser uma firmeza para uma entidade e desnecessária para outra, mas pode ser a luz que uma outra precisa, filho, pra poder encontrar o caminho...

Há luzes e luzes, caminhos e caminhos, guias e cegos,...

Por isto a umbanda aqui exposta é uma umbanda para poucos, ou aqueles que encontraram a verdadeira lição a ser aprendida. Não há filho melhor ou pior. Há filho obediente e filho que não precisa seguir senão sua própria luz.

Aquele que segue a própria luz não precisa ser obediente, pois anda "segundo as leis de umbanda". Sabe o dever a ser cumprido e tem profundo respeito pelos mais velhos, assim como pelos menos adiantados.

Rezar por um filho necessitado é criar luz nas trevas. É um a menos a miserar o pão não só da terra, mas também o pão dos céus. Não é assim a oração de nosso Senhor?

Fazei a vontade do Pai e o Pai fará por vós aquilo que vós faríeis a vossos próprios filhos. Só sendo pai pra entender isso filho.

Que Zambi, em sua infinita misericórdia dê a cada um de seus filhos a oportunidade de encontrar a umbanda e exercê-la no seu dia-dia em prol de seus irmãos...

Saravá Zambi! Salve as Almas...

(Sob inspiração de meu preto velho Pai Cipriano das Matas)

Douglas Ghimell
Coach e Psicoterapeuta Holístico

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Esta composição Aum + Ban+ Dan, segundo uma pesquisa que fiz deriva do alfabeto adâmico ou Vattânico, segundo Alexandre Saint-Yves d'Alveydre, portanto tem sua raiz terminológica mais antiga que a vinda dos negros para o Brasil. Vide "A Origem da Umbanda": http://pt.wikipedia.org/wiki/Origem_da_Umbanda

Sobre os pretos-velhos de umbanda: http://pt.wikipedia.org/wiki/Preto_velho

Comentários

  1. Li um texto na internet, onde seu autor dizia que a umbanda não era espiritismo, por não estar "dentro" daquilo que se apregoa como Kardecismo.
    então respondi:
    Nota-se aqui o pouco conhecimento, a exemplo do protestantismo que segue cegamente o conhecimento livresco, acerca do espiritismo. Os fenômenos espíritas e, consequentemente mediúnicos, não passam a existir depois de meados do século XIX, quando este célebre estudioso chamado Kardec tentou codificar e sistematizar o que se denomina hoje como doutrina espírita. Ora o espiritismo não é uma exclusividade daqueles que preferem sentar-se à mesa mediúnica na presença de espíritos que tiveram uma personalidade maior na história, em detrimento de seus antepassados que ora necessitam de uma evolução, ora se fazem passar por entidades humildes de cachimbo na boca, sentado no toco a usar palavras simples, porém de grande sabedoria, como é o caso dos pretos velhos. A Aruanda, morada de espíritos de altíssima luz que "descem" na umbanda prá praticar a caridade não é menos evoluída que o "Nosso Lar". Tampouco Kardec é mais evoluído que a grande maioria dos caboclos chefes de falanges que se destinam a praticar num terreiro de pé no chão a essência da caridade.
    Não podemos, certamente, confundir espiritismo com Kardecismo. Este é apenas uma parte deste conhecimento tão vastamente estudado e praticado por nossos irmãos da Índia, da China, do antigo Egito e dos pré colombianos e dos habitantes da amazônia astral. Bem como os habitantes dos mais profundos dos oceanos, onde encontram-se as cidades azuis. Seres estes que não são mais visíveis aos olhos profanos mas que ainda existem prontamente a auxiliar os filhos necessitados em terra. A Umbanda, cujo significado deriva do alfabeto adâmico ou Vattânico, segundo Alexandre Saint-Yves d'Alveydre, portanto tem sua raiz terminológica mais antiga que a vinda dos negros para o Brasil, tem o seu significado "a cura" e "viver segundo as Leis de Zambi", na linguagem dos pretos velhos é de uma riqueza de conhecimento que transcende de tal forma a razão humana que achamos os experimentos de Kardec um "jardim de infância " dos espiritismo. Mas um dia a vaidade cairá por terra e muitos vão perceber que não é conhecimento livresco, tampouco a pompa de se achar superior que faz de um espírito mais ou menos evoluído, mas a capacidade de lapidar valores como a humildade e a integridade de aceitar as diferenças como parte do todo. Quem enxerga as fotos aqui ao lado com os olhos da alma, sabem do que estamos falando.
    O Kardecismo é sem duvida um conhecimento a ser aprofundado, caso não vire uma dessas religiões de fanáticos seguidores de livros e luzes alheias.
    Paz profunda!

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