A Dança de Shiva-Shakti
A luz e a sombra sempre existirão, enquanto não assumimos o compromisso de nos tornarmos luminárias estelares na Terra.
A sombra tem que existir. Só não pode incomodar. Se ela deixar de existir à esquerda, a direita vira a sombra. Ainda dependemos da luz do Sol.
Assim dentro como fora.
Ou seja, a Terra, ainda num processo de provas e expiações, tem a oportunidade de adentrar numa nova perspectiva de regeneração. De libertação e cura.
O grande paradigma, talvez o mais desafiador, é o da dualidade.
A dualidade permeia tudo e todos nesta dança de Shiva, aquele que tem em si mesmo os mistérios do Sol e da Lua, do sagrado feminino-masculino, do céu e da Terra.
A alma do Ocidente ainda aprende que sem a noite não há dia, sem a sombra não conhecemos a luz.
Os filhos do Oriente já encontram-se no caminho de unir esses polos de forma harmoniosa e complementar dentro de si, a fim de dar luz a uma nova vida.
O Ocidente está aprendendo olhar para dentro e o Oriente a olhar para fora.
A sombra e a luz são necessárias.
Mesmo no centro, a luz dá às sombras à esquerda e à direita uma impressão de ameaça. Assim como a a sombra parece à luz ainda centelha, em ascensão, esta sensação de perigo.
Os opostos se reconhecem e se rechaçam. Enquanto a luz, central, deve dar aos polos esquerdo e direito a chance da cura e da redenção.
Se ela deixar de existir à esquerda, a direita vira a sombra.
A mão esquerda sempre representou a materialidade, o ceticismo e o comunismo dualista, com forte dependência.
Não é diferente a polaridade à direita. Anarquista, individualista, mas também dualista, carente de colo.
Por isso a esquerda presa pela obediência, pois é hierárquica.
Enquanto a direita tende ao liberalismo e achar-se superior às regras.
É necessário o equilíbrio. É a dança necessária dos opostos.
E a Terra é a soma de sua população. Assim como somos a soma de nossas partes.
O que não precisa iluminar na Terra? O que não precisarmos iluminar dentro de nós?
E tornar-se uma estrela com luz própria, independente, sem emitir sombra de si mesmo é um desafio de cada um de nós.
Esta é a alquimia de Hermes. O caminho de Shiva. A união do Pai com o Filho. Dentro e fora de nós mesmos.
Deixamos de projetar sombra e carecer de luz quando a dualidade dá lugar novamente à unidade múltipla perfeita e autoconsciente.
Douglas Ghimell
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