Dores do Rio Preto. Os Desafios do Inconsciente.
Imagine-se entrar num rio de águas turvas e profundas, a fim de resgatar uma jóia de grande valor.
No fundo desse rio há abismos profundos.
Essa jóia é a pedra fundamental de sua existência. Aquilo cujo valor não tem preço: a tua liberdade.
Libertar-se envolve coragem de sair das zonas de conforto. E nada mais confortável que fingir que está tudo bem.
Enfrentar-se, no processo do autoconhecimento, dói.
Às vezes a jóia está tão escondida sob a lama, ou sob folhas. Ou no profundo de fossas abissais.
Não tem outra maneira, senão passar pelo batismo da dor.
Por isto chamo este tema de "Dores do Rio Preto".
Temos a oportunidade de encarar os eventos e os desafios de nossa vida como oportunidade de aprendizado e crescimento.
Há desafios que confrontam nossa maneira de enxergar a vida. E esses são geralmente os mais difíceis de transcender e expandir nossas percepções e consciência.
Os maiores desafios são:
1. Abrir mão do sofrimento, por que doeu, deixou marcas profundas na alma.
2. Mudar as bases sobre as quais edificamos o nosso Templo, nossas crenças.
Observe que a maioria as pessoas mesmo quando falam de suas vitórias, enfatizam as dificuldades e o sofrimento que tiveram que passar para alcançar algum êxito. Imagina agora como não fica gravado no nosso inconsciente o que significou perda ou fracasso?
Um trauma, uma traição, um sentimento de abandono, de rejeição, de isolamento ou de reclusão. São dores difíceis de esquecer e a cura costuma ser um grande desafio para o inconsciente.
Por outro lado, não é fácil aceitar que aquilo por que lutamos, defendemos, acreditamos ser o certo é na verdade uma mentira. As pessoas mais resistentes às mudanças tendem rechaçar um ponto de vista diferente, sobretudo quando essas crenças estão arraigadas em sentimentos de dependência emocional.
Imagina você descobrir que o que mais amou na vida foi o que mais te limitou, te prejudicou, causou perdas e dores inconscientes?
Em ambos os casos, no processo de despertar costuma haver catarse profunda. A alma grita, pois não quer abrir mão do sofrimento e da ilusão.
Não é fácil admitir que estava errada ao lidar com o que considerava as bases de sua vida. Mesmo que uma vida sofrida.
Entretanto, não há outra forma de sair do abismo, senão fazer o caminho de volta à superfície. Isto implica enfrentar o que te levou ao aprisionamento. É necessário vontade e determinação.
Quando uma alma supera as matrizes do sofrimento, decide sair da zona de conforto de uma identidade pautada nas experiências da dor, ela supera toda a possibilidade de voltar a cair nesta dor. Ela consegue entrar e sair desse abismo no outro se preciso for.
Ela se curou e virou curandeira.
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