A Batuta da Unicidade

A unicidade é o grande desafio da humanidade  Não a igualdade.

A unicidade é encontrada na percepção de que cada instrumento de uma orquestra emite um som único, inconfundível, incomparável, insubstituível.

A maestria só é possível quando experimentamos as nuances sonoras de cada peça musical, e a importância desta na combinação de notas e tons e a sua harmonicidade com a sinfonia.

É quando descobrimos que cada um tem sua contribuição. Ávida por expressar-se altiva e audível.

E se todos fossem o piano ou o violino, ou ainda o trompete? Não haveria senão o desejo de diferenciar-se por disputas desarmônicas e dissonantes.

Eis a questão social onde todos querem ser o que não são, esquecendo-se de aprimorar o próprio tom.

A vida é um palco de dramas, comédias e tragédias onde não há tempo para ensaios, mas oferece riqueza de possibilidades de aprendizado.

E o maior aprendizado é o do amor. E depois o 'com amor'.

Primeiro o músico quer aprender tocar seu instrumento. Então, aprende a tocá-lo, como quem ama com a arte de simplesmente amar.

A excelência aprimora-se no que se faz com amor.

Assim, quando descobrimos nosso instrumento, nosso talento, nosso valor, queremos tão somente nos dedicar a expressar nossa melhor contribuição.

Não há comparação, disputa ou separação. 

Quando nos posicionamos como adversários, provamos o quanto estamos distantes da unicidade. Estamos distantes da unissonoridade harmoniosa de uma sinfonia. 

É desafinado, distoante, desarmônico.

E se tua voz for teu instrumento, ou ainda tua Batuta? Use-a composta ou simples, aínda há o que afinar, refinar. Há sempre uma consonância verbal na oralidade e na arte de pausar, ouvir e calar.

Respire fundo!

Dedique-se a afinar teu instrumento, a explorar seus tons e semitons, a compor sua melodia solo ou consoante, não importa. Desde que seja o teu instrumento. Aquele cuja sonoridade revele o cantar de sua alma.

Douglas Ghimell