O Princípio Dinâmico e Volátil da Dualidade
Para entendermos como são feitas as manipulações mágicas feitas por alguns bruxos e magos das trevas, vamos entender alguns pontos-chave.

Existe um princípio psicoeletromotriz atuante na natureza, conduinte, ativado ou inibido pelo operador de magia, afim de obter resultados específicos.
É o mesmo princípio utilizado nas alterações hormonais ou ainda na ativação ou inibição de um neurotransmissor, a fim de se obter um dado resultado.
Acontece que assim como possuímos uma natureza inconsciente pessoal, existe o inconsciente coletivo.
Quando atuando no coletivo, este procedimento mágico, inteligentemente manipulado pode gerar, e muitas vezes gera resultados específicos.
Vou tentar explicar.
Segundo um antigo mito africano, certa vez Exu quis confundir dois amigos inseparáveis. Usando um gorro com duas cores diferentes – branco de um lado, vermelho de outro –, passou por entre os dois homens, que estavam a lavrar o campo.
Um deles parou o trabalho e exclamou:
“Que lindo gorro branco”.
O outro respondeu: “Não. Era vermelho”.
Começou assim uma discussão entre os antes inseparáveis amigos sobre a cor do gorro de Exu, que foi ficando cada vez mais acirrada e acabou com o assassinato de um pelo outro.
Este princípio dualista, presente no cobre, no mercúrio, no yin e no yang, noite e dia, feminino e masculino, ativo e passivo, etc, está presente em tudo.
Assim, muitas situações consideradas estáveis podem mudar de uma hora para outra se não estamos vigilantes, pois mexe com ânimos, percepções, interpretações, distorcendo fatos, realidades, criando intrigas, alterando humores e gerando animosidades.
Exu é o princípio dinâmico, necessário para qualquer movimento. Se direcionado com bons propósitos e boas intenções exerce a função inexorável de dinamizar e efetivar qualquer intenção lançada em forma de pensamento, emoção, desejo e atitude.
Exu está nas encruzilhadas da vida, dentro e fora de cada um de nós, sempre indo em busca de algo. Se não se sabe para onde ir, qualquer caminho serve para subir ou descer, para a esquerda ou a direita. Ele é o fiel da balança, é o combustível, a energia elétrica e o magnetismo necessário para atrair ou repelir, avança ou retroceder, mas que precisa de um direcionamento, sob o risco de sabotar tudo que não esteja definido, objetivando.
Exu como senhor do éter, permeia os quatro elementos, é o que fala e o que ouve, é o neurotransmissor, Hermes, o que fala e ouve em todas as línguas.
Quando ignorada esta natureza, metafisicamente representada pelo propósito de cada um, fica-se vulnerável às influências magísticas de seus operadores.
Eis a importância de estar-se sempre em atividade, imbuído num propósito e ideal, e não aberto às mais variadas opções, destoantes de um objetivo, sob o risco de se perder no caminho.
Lance para o universo aquilo de que está desejoso de realizar. Quando não há clareza de propósito, pede-se orientação, e eis que a porta se abrirá.
Mas não abre mão de estar sempre em busca de um objetivo. Ainda que seja a busca do "qual" o objetivo.
E o princípio dinâmico, eletromagnético que os yorubá chamam Exu, irá ressoar na mesma frequência e resultado.
Laroye!*
*Fala!, e significa eu saúdo o mensageiro!
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