O Caminho do Ser

O tema é para poucos. Para quem tem a alma sedenta por mudanças...Por alçar vôos mais altos com a alma e o espírito. Que não se conforma com a vida, mas ao invés de sentar e lamentar, dispõe-se a fazer algo...
A natureza muda sim, porém não evolui, invariavelmente como supõe a corrente evolucionista.
Tudo na natureza segue um ciclo interminável de altos e baixos, de minus e plus, de expansão e retração, de evolução e involução, qual o fluxo e refluxo das marés, qual o crescer e o decrescer lunar.
Enquanto não encontramos o Sol dentro de nós mesmos, ficaremos a mercê das fases da lua. A humanidade é lunar, cíclica e desprovida de vontade própria.
Se nos adulam, respondemos com um belo sorriso ou nos orgulhamos infladamente. Se nos insultam, reagimos violentamente ou com a mais fria indiferença.
Conseguimos enganar alguém por muito tempo e até uma multidão por um tempo, mas impossível enganar-se a si mesmo, frente ao espelho da verdade. Diante de nossa consciência e daqueles que estão mais avançados no caminho do Ser, somos como crianças que acham que se escondem dos outros ao botar um pano no rosto...
Irmãos, está na hora de despertarmos para uma vida mais plena e acima de pequenas intrigas que somente servem para alimentar nossa ignorância e "cegueira noturna".
Enquanto caminharmos de forma mecânica e escrava dos instintos jamais deixaremos de marchar para mais uma involução. Continuaremos presos à roda da fortuna. Ou melhor interpretada pelos indianos com roda de Samsara, que em sânscrito significa "vale de lágrimas".
O nome "roda da fortuna" foi dado ao arcano 10 do tarô justamente por indicar nossa incapacidade de fugir à sua "virada", enquanto não aprendamos com a esfinge do Egito, acima da roda, que diz: "decifra-me ou te devoro!".
Os quatro elementos perfeitamente simbolizados nesta figura enigmática refletem nossa necessidade de nos tornarmos humanos com a sabedoria das águas, adquirir a firmeza de caráter e a tenacidade do touro ao pisar na terra, a vontade e a pujança do leão do fogo e o discernimento e o desprendimento da águia do ar.
Somente assim conseguimos o cetro do poder sobre nós mesmos.
A via do Espírito, simbolizada pelos arcanos maiores, está acima daquela que a alma passa nos experimentos dos arcanos menores do Tarô.
Não se pode vivenciar uma via sem a outra. A via da alma é o aprendizado constante no caminho horizontal que, cedo ou tarde, tenderá à inevitável involução, qual o homem que pensa ter encontrado uma reta ao mover-se para um extremo do planeta.
O gérmen morre e a semente dá origem à árvore que um dia será tragada pela própria terra que lhe sustentou por tantos anos. Essa é a via horizontal. É o caminho inevitável da humanidade.
O caminho vertical ou o caminho do Sol consegue-se galgar a cada instante em que superamos nossa mecanicidade e limitação ao enxergar a vida.
O caminho solar é um caminho onde se exige um esforço, uma atitude, uma atividade.
É um trilhar voluntário e decidido em busca do Ser. De superar-se.
O caminhante do Sol não se esconde de si, nem foge dos demais, mas busca a cada dia, a cada etapa, a cada momento, colocar-se "acima" das circunstâncias.
Não mais se fará de vítima, mas aprenderá  com cada situação, por mais dolorosa que se possa parecer aos olhos dos lunares.
O caminhante do Ser não almeja poderes nem riquezas para seu único proveito, mas prepara-se para recebê-los. Quando o discípulo está preparado o mestre aparece.
Embora adquira mais humanidade, o caminhante do Sol é mais resignado e resistente qual o ouro e a platina, que não perdem sua integridade mesmo diante da mais ardil prova de fogo.
Shalom!

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