Os 12 Nidâna do Zodíaco Hindu e a Libertação do Ser

Estamos vivendo em um ano 12, portanto regido pelos 12 senhores do Karma, digamos.
Trata-se de um momento de profundas reflexões acerca do Carma, bem como de nossa condição psicológica. É um ano de ajudas e cobranças, segundo a situação de cada um diante da balança, bem como um ano de divisão de águas, representado pelo 5, o somatório de 2+0+1+2.
Estudar, portanto, o que diz respeitos às leis naturais e matemáticas do universo faz-se necessário àqueles que buscam o auto-conhecimento, bem como a elevação de sua condição existencial e espiritual.
Segundo a tradição hindu a alma é atraída para uma nova encarnação, conforme um desejo mais arraigado que a faz apegada a este mundo, o Samsara, a Roda da Fortuna ou vale de lágrimas, como é conhecida na Índia.
E cada um destes desejos abre uma porta chamada Nidâna.
Cada porta ou "nidâna" corresponde ao desejo, à paixão dominante, que impeliu a alma a se encarnar. Existe uma correspondência simbólica entre os 12 nidânas e os signos do Zodíaco.
Estes últimos são representados num círculo, o Bhava Chakra, ilustração gráfica da roda das transmigrações, e oferecidos sob esta forma à meditação dos fiéis.
O interessante é a sua correspondência com as características dominantes na natureza dos signos do zodíaco do Ocidente.
Os indianos estudam a astrologia bem mais no sentido de entender os aspectos cármicos, bem como àquilo que a alma tem a aprender num novo nascimento.
Compreender o ego e o traço psíquico que nos prende à esta nova etapa é fundamental prá um despertar de uma nova consciência, bem como o transcender nossas limitações.
Roda do Samsara e os 12 Nidâna
Vejamos:
0 primeiro nidâna é representado com os traços de uma velha cega, e simboliza a ignorância, a vontade inconsciente que leva a alma a se reencamar. Seu simbolismo lembra o de Áries, ser de desejo, movido por impulsos muitas vezes cegos.
O segundo nidâna é representado por um oleiro modelando a argila. Símbolo do apego às formas da vida física, está muito próximo de Touro.
O terceiro nidâna é representado por um macaco trepando lepidamente numa árvore. Ele simboliza o desejo de conhecimento e uma certa instabilidade, que evocam bem os Gémeos.
0 quarto nidâna é representado por uma barca contendo ora apenas um homem, ora uma família. Simboliza o desejo de existir por si mesmo, de ser autónomo. Esse desejo, no Ocidente, nasce no nível de Câncer (que evoca também o Oceano primordial, como a barca).
O quinto nidâna é representado por uma casa vazia, ou por uma máscara humana: simboliza o desejo de exteriorizar o poder dos sentidos, e também a ambição (o que corresponde bem ao Leão).
O sexto nidâna é representado por um casal de esposos, ou por um trabalhador atrás do seu arado. Simboliza o desejo de realização concreta, a fecundação. Corresponde à nossa Virgem (representada no Ocidente com uma espiga de trigo na mão).
O sétimo nidâna é representado por uma figura humana cujo olho foi varado por uma flecha. Simboliza o desejo de ternura e de prazer, as ilusões do coração que terminam na dor. Corresponde a Libra.
O oitavo nidâna é representado por um homem que se embriaga, e por uma mulher segurando uma garrafa de vinho. Simboliza a sede insaciável de gozo, que acorrenta o homem à roda das reencarnações, e corresponde ao Escorpião.
O nono nidâna é representado por um homem colhendo frutos, que coloca num cesto. É o desejo dos bens materiais, o apego às gratificações deste mundo, análogo ao simbolismo de Sagitário.
O décimo nidâna é representado por uma mulher grávida. Ela representa a plenitude da existência material, e a sujeição aos trabalhos terrestres. Este nidâna corresponde a Capricórnio.
O décimo primeiro nidâna é representado por uma criança nascendo. Simboliza o desprendimento que foi adquirido e que dá ao ser o desejo de renascer uma última vez para liquidar todo o seu carma. Essa motivação espiritual corresponde a Aquário.
O décimo segundo nidâna é representado por um cadáver em seu cortejo funerário. Simboliza a dissolução (muito neptuniana) de todos os laços terrestres que aprisionavam o ser. Corresponde a Peixes.
A astrologia, antes que uma ciência premunitória é uma ferramenta de auto-conhecimento largamente usada tanto no ocidente quanto no oriente.
Cabe ao buscador antes de prender-se à letra e à forma, buscar a essência e o conteúdo, ou seja, olhar para a lua que o dedo aponta, ao invés do inverso
Mas, claro, o que motivou o dedo que apontou e o olho que desviou sua atenção são também algo a  aprender. Mas isso é um estágio um pouco mais além.
Namasté!

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