A Mudança de Hábito

Se alguém se orgulha de ter um único deus, resta saber se este deus é verdadeiramente único.
O fato de se escolher adorar um único deus não significa que este deus seja o Creador de todas as coisas. O Arquiteto maior, digamos.
Se este deus é carente de louvor e aplica a pena máxima do inferno eterno àqueles que se recusaram a concordar com a crucificação de Cristo, há algo de muito errado ou intencionalmente deturpado...

Toda religião separativista merece ser questionada pela inteligência com que Deus nos proveu. Com os olhos do espírito. Não o espírito que precisa entrar, mas com aquele que Deus soprou em nossas narinas na hora do nascimento. Esse espírito ninguém poderá tirar de nós. É o sopro de Deus. 
É o caminho, a verdade e a vida dentro de nós mesmos...
Reflexões acerca da forma com que enxergamos Deus...
"Por grande parte dos últimos 4.000 anos Deus tem estado criticamente enfermo. Os informes que temos a respeito de sua natureza e função indicam que seus padrões de relacionalidade, afeto e conceitualização tem estado fora do intervalo normal. Para ser específico, Deus tem aparentemente sofrido de esquizofrenia paranóide crônica, ou um severo transtorno de personalidade limítrofe, com episódios erráticos, isto é, não provocados, de psicose. A cadeia de informes dominante indica que ele opera sob a noção psicótica de que está envolvido numa batalha cósmica com outro deus que ameaça frustar, corromper e arruinar a sua obra.  
Esta é uma síndrome psicótica clássica a partir da qual, segundo os informes, ele forma uma ideação global que molda toda a sua visão de mundo, sendo que não existem dados empíricos, heurísticos ou fenomenológicos que indiquem que esse conflito cósmico ou realidade maligna de fato existam. Sua noção de realidade não tem uma realidade que corresponda a ela. Além disso, esse modelo de ideação é especificamente paranóide, visto que indica que ele acredita que há forças exteriores trabalhando contra ele, quando não há evidência de que essas forças existam. Se os relatos a respeito de Deus são acurados, essas noções são produtos da sua própria imaginação doentia. Deus é um lunático. 
O Deus da antiga religião israelita, que produziu o judaísmo, o cristianismo e o islamismo, é facilmente diagnosticável sob as rubricas do Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, publicado periodicamente pela Associação Psiquiátrica Norte-Americana.
O presente conflito mundial, que tem assumido a forma de violência internacional e de terrorismo, é atualmente a maior ameaça ao bem-estar humano. Esse perigo é acompanhado pelo aterrorizante avanço da AIDS e pelo desperdício de recursos que poderiam ser investidos em promover avanços nas áreas da medicina, da saúde mental, da educação e da criação de uma cultura de estética em nosso mundo.
Todos esses terrores continuam a violar e a solapar o bem-estar humano, devido a nossos modelos e arquétipos psico-espirituais conscientes e inconscientes, todos formados ao longo dos eixos da vingatividade, das estratégias toma-lá-dá-cá para a resolução de conflitos, do estabelecimento de barreiras entre pessoas e comunidades através de uma disciplina forçada sobre elas, de enfrentar força com força, de fazermos aos outros o que não queremos que nos façam e de nos certificarmos, a partir da doutrina da defesa preventiva, de fazê-lo primeiro. 
Esses arquétipos de lutar com fogo contra fogo são produtos de metáforas inconscientes de que o mundo opera inflexivelmente deste modo, de que o universo opera inflexivelmente deste modo, de que Deus opera inflexivelmente deste modo. Se você tem um grande problema, recorra a violência decisiva. Deus faz assim, porque não deveríamos? É como as coisas funcionam. Deus ficou tão indignado conosco que não conseguiria voltar a colocar a cabeça no lugar até ter matado alguém, ou nós ou seu único filho. Este é o modo familiar em que as coisas estão configuradas.
Se esses relatos são verdadeiros, Deus é um pervertido, e é perigoso. Ele resolve todos os seus impasses decisivos com decisiva violência. Você concorda que é doentio? Qualquer Deus incapaz de agir pelo menos como um ser humano mediano gostaria de agir é um monstro. Deuses monstro geram gente monstro...." - J. Harold Ellens, PhD - Michigan University - Texto completo e traduzido.

Por isto sempre falo da necessidade mudarmos nossa maneira de enxergar Deus. De sair desse ciclo vicioso de lutar contra a própria sombra. Isto é a maior de todas as covardias. Procurar um Cristo prá crucificar. Exatamente como fizeram com Jesus.
Até hoje o pregam nas igrejas e praças públicas, qual um ritual macabro de sacrifício contra aquele que foi perseguido e sacrificado há mais de 2.000 anos.
É melhor que ele esteja pregado na cruz do que vê-lo por aí questionando nossa maneira de ganhar o pão e de adorar o "nosso deus" à nossa maneira, ensinam os pastores de ovelhas. Como se o Deus maior escolhesse seus filhos...
Sim, irmãos, a humanidade até hoje nega o Cristo. Levantam as mãos nas igrejas, como levantaram prá crucificá-lo. Estão em busca de alívio para as suas dores, mas se contentam com as migalhas Se o venderam por trinta moedas, como o fez judas, também o comercializam nas igrejas e nas telas de TV.
Assumir a responsabilidade pelos próprios erros e corrigí-los ante o altar da consciência seria a redenção. Mas preferem colocar a culpa no diabo e pendurar o fardo na cruz de Cristo.
Teria Deus criado um adversário prá viver numa eterna luta? Onde está inteligência desse deus? Ou será que faltou inteligência em quem o criou dessa forma?
O arrependimento sincero e verdadeiro e a busca de uma mudança de conduta - de dentro para fora, e não o inverso - fará com que nos aproximemos de sua auto-imagem perdida. Aquela com que fomos feitos imagem e semelhança...
Seguir cegamente um livro sem se importar com sua procedência ou com a intenção de quem o escreveu é um absurdo contra a inteligência com que Deus, o Deus maior, nos agraciou. É uma heresia negar essa capacidade raciocinativa. É negar a inteligência de Deus. ou não foi ele quem nos dotou dessa capacidade?
O ensinamento de Cristo foi exatamente o contrário daquilo que seus seguidores e "pregadores" proclamam. Jesus quis ensinar a religião universalista, onde todos os cultos e crenças eram aceitos. Onde os mais necessitados tivessem chance. Mas toda sua história foi contada por uma versão ortodoxa. Escrita por homens de uma época distante de sua vida e interpretada por outros menos conhecedores da verdade que haveria de libertar a humanidade...
Deus jamais faria guerra santa. Se o fizesse não seria derramando sangue, mas soprando seu hálito de sabedoria e amor nos corações dos homens...
O homem está muito distante de Deus. O Deus da paz, o Deus da luz, o Deus que ama a TODOS os seus filhos indistintamente...
Como e onde encontrar Deus?
Mudando nosso hábito. O hábito de pensar e sentir, bem como o de falar e agir diante da vida, de nós mesmos e de nossos semelhantes.
Deus está fora, em tudo na natureza, mas, antes de tudo, Ele está dentro de ti mesmo, como em teu irmão. Ama-o! A presença de Deus está no sorriso puro e sincero de uma criança, no olhar triste de um velho, inconformado com este mundo, no lamento de um animal por não ter o quê caçar, no desespero de um drogado, no desconsolo de uma mãe que perde um filho, na amargura de uma prostituída, na fome de um miserável, mas também no amor de quem se compadece de todas essas coisas...
Reze pelo mundo, ajude um desses sofredores, faça tua parte, como fez o Cristo.
Mas antes de tudo seja grato a Deus pelo simples fato de estar vivo!
Ele é o caminho, a verdade e a vida...
Paz profunda!

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