Somos Merecedores?

Todo mundo quer ir para o céu, mas ninguém quer morrer, dizia um amigo meu quando freqüentava uma igreja batista em minha infância. 
Considero três fatores básicos prá se conseguir ser bem sucedido em qualquer aspecto da vida: afetivo, financeiro, social, profissional, ou outro aspecto qualquer. São eles: dedicação, eficiência e merecimento.
Dedicação é básico prá se obter sucesso em qualquer aspecto da vida. Se cuidamos de nossa saúde, certamente teremos mais chance de nos mantermos saudáveis. Se nos dedicamos ao nosso cônjuge ou amigos, certamente será mais difícil ficarmos sozinhos no mundo. Se trabalhamos com afinco naquilo que gostamos, sentiremos uma leveza em nossas atividades cotidianas, ainda que estejamos cansados. Há o prazer em se fazer o que se faz.
Eficiência é buscar melhorar continuamente aquilo a que nos propomos. Se há diálogo, o casal se entende,  a amizade perdura e é enriquecedora. No trabalho, observamos uma melhora contínua, parece que as coisas se encaixam, mesmo que surjam os problemas. Há crescimento em todos os sentidos. Na saúde, exploramos mais e melhor nosso potencial físico, mental e espiritual.
Porém há o terceiro fator, básico e  sem o qual não conseguimos obter os outros dois fatores: merecimento.
Merecer algo vai além de nossa visão objetiva. É um fator que atua em todos os departamentos de nossa mente. É a grande balança de nossa existência aqui e agora.
O merecimento é algo tão sutil e tão abrangente que podemos achar-nos merecedores de algo que, simplesmente, não merecemos.
Podemos ter a certeza em nosso julgamento consciente de que merecemos ser bem sucedidos em alguma área de nossas vidas, mas acabamos sempre por falhar, quando se deveria "dar o salto" para o sucesso.
Por quê nos consideramos fracassados em alguma área de nossa vida, quando muitos outros foram bem sucedidos? Por quê será?
Caim matou Abel por inveja, diz a bíblia em uma história bem conhecida. Achava-se o primogênito, o que deveria ser escolhido, mas fora rejeitado. Estraçalharam-lhe o ego, deixando feridas difíceis de se cicatrizar. Fora autor ou vítima na trama da vida?
Teria sido Abel culpado pelo próprio assassinato? Teria ele, Abel, atraído para si a ira de Caim, seu irmão?
Circula entre os cristãos ocultistas que para Deus valeria mais o arrependimento de Caim que todo sangue de Abel...
Merecimento. Eis a resposta para a causa de toda essa trama e de muitas tramas que vivenciamos em nossas vidas cotidianas.
Deus não julga o homem. É o homem quem se condena a si mesmo, através de seus pensamentos, sentimentos, desejos e atos. É o homem quem segura a própria balança e quem se corta com a própria espada da justiça.
Como poderia o homem enriquecer-se, se lá fundo de si mesmo sente ódio ou repulsa por aqueles que obtiveram êxito na vida financeira?
Acaso conseguiria ser bem sucedida a mulher no amor, mantendo dentro de si a inveja pela felicidade de uma suposta "rival"?
Como posso obter a saúde física, psíquica e espiritual, se mal consigo "frear" meus impulsos carnais, se alimento continuamente pensamentos inferiores e sentimentos negativos e se não bato à porta dos céus, mesmo quando tenho todos os motivos prá agradecer?
O merecimento é sutil. É cruel e libertador. É a nossa sentença diária.
Deus dá a quem merece. Então não seria sensato sermos merecedores?
O que temos feito de nosso merecimento? Como podemos, então, receber daquele que "escolhe" a quem dá? Cruel terapia essa, não?
Acontece que o merecimento é mais real que o nosso consciente. Pois só vemos aquilo que conseguimos enxergar, ou seja, e o resto? E o que não é visível aos nossos olhos? Conseguiria o cego tapar sua nudez por que não a vê?
Ora, leitor, o nosso inconsciente é tudo aquilo que não vemos de nós mesmos.
Eis o segredo do insucesso: nosso inconsciente aceita para si as leis que impomos a nós e a nossos semelhantes. Só que é imparcial em seu julgamento. Nosso inconsciente não lida com espelhos, portanto, não convém tentar nos maquiar para ele. Mas toma para si a verdade com que julgamos o mundo fora de nós mesmos. O espelho no qual mira nosso inconsciente é a imagem que criamos de nossos semelhantes. 
Não julgueis, para não serdes julgados, diz as sagradas escrituras...
Portanto, sê-de misericordiosos uns para com os outros, como o vosso Pai que está nos céus é misericordioso para convosco. Eis o segredo do sucesso.
Ou seja, duvidamos da promessa que fazemos aos nossos irmãos em nome de Deus. Nem podíamos prometer em nome Dele. Foi Ele quem prometeu, e não nós. 
Ele, segundo a bíblia, é merecedor de todas as coisas. 
E nós? Não seríamos a imagem e semelhança Dele? 
Fazei-vos merecedor, e Deus será convosco...
Amém!

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