A Senda e o Sendeiro,...
Exatamente aquilo que consideramos ser o fim, é início de uma nova jornada. Há molas invisíveis em todo poço, há possibilidde de retorno, em toda rua "sem saída", tem ainda o muro, o balão, o túnel,...enfim, há sempre uma saída prá alma,...
Invariavelmente a alma tem a chance de experimentar a amargura da existência e dar um novo salto decisivo e voltar a pisar o tapete da vida e caminhar resolutamente em direção aos desígnios da alma. Todo caminho forma uma cruz em nossas vidas, o pau vertical indica nossos estados interiores, o pau horizontal, nossa senda externa. Um não pode caminhar sem o outro. Essa é a cruz que cada um de nós carrega. Todos carregam a sua própria, ainda que o caminho seja diferente e a cruz de madeira e tamnaho diverso, mas na justa medida, o que importa na verdade é o caminheiro, ele é quem faz a diferença ao caminhar,...
Seria uma covardia deixar de enfrentar os desafios e as dificuldades de nossa existência externa, horizontal e nos dedicar exclusivamente ao ascetismo da alma,...Seria como uma madeira fincada ao chão, intacta, imóvel,...De outra forma, querer vivenciar todos os prazeres da via horizontal, a vida comum e corrente, seria caminhar sem raízes, seria inevitavelmente viver como uma madeira no oceano, à sorte das correntezas e da maré, assim vive boa parte da humanidade,...
De sorte, que podemos e devemos sim, vivenciar todo processo da via crucis, qual o bem amado mestre da galiléia, sem importar-se com o que há de vir, pois não há cruz sobre nossos ombros que não possamos carregar. Também não há maré que não se possa enfrentar, e não há tristeza, os momentos de nossa alma, que não se possa superar. Tudo foi devidamente calculado prá que se cumpra o destino e o livre arbítrio de cada um.
Muitos pensam que vivenciamos uma vida aqui na terra, e outra diferente no além túmulo,...e se esquecem de que a cruz nossa de cada dia a carregamos desde o nascimento. O grande desafio é justamente dar-se conta dessa perfeita geometria com que Deus, o Pai, nos ofertou, a de vivenciarmos os prazeres da terra, sem nos esquecer de nossa realidade maior, a alma,...
E a felicidade não está no carro novo, na bela mansão, no novo amor ou no bom e velho vinho, ou no dinheiro, tampouco está na família ou nos valores externos, mas na capacidade de recordar-se de si mesmo, de mudar essa maneira de interrelacionar-se com a vida,...de olhar-se no espelho e ver, não a face nova ou velha, bela ou feia, mas, por entre os olhos,...as janelas da alma,... reconhecer Deus dentro de si,... Ver refletido no espelho a imagem e semelhança do Criador,...
E ele tem diversas faces e caminhos, prá que cada um viva o sagrado mistério de trilhar seu próprio caminho e reconhecê-lo em cada subida e descida, em cada prazer e em cada dor, em cada corrida e em cada parada,... e reconhecer sem hipocrisia e sem demagogia que todos passam por seus próprios momentos e todos teem suas fraquezas a superar,...pois tudo faz parte do processo de amar a si mesmo,...amar a Deus sobre todas as coisas,...e amar ao próximo,...
Shalom!
Analisando o texto a "Senda e o Seleiro" percebe-se a perfeita conexão semântica da imagem (foco semiótico) com a escrita na formação da tecitura textual. Tudo que é evidenciado no texto escrito pode também ser percebido no texto imagem. ... O caminho pode parecer findo, acabado, porém sempre devemos perceber a trajetória oculta, ou seja, a outra possibilidade de continuar caminhando....
ResponderExcluirShalom!!!!!!
É, realmente este texto falou ao meu coração, porque em resumo é tudo o que estou passando no momento, e como me sinto diante da situação atual."Não há cruz sobre nossos ombros que não possamos carregar". Estou tentando me focar nestas palavras.
ResponderExcluirUm forte abraço...Cris