O Que São Paradigmas e Como Superá-los
"Generosos são os olhos que nos olham e realmente nos veem. Que intuem na gente a tristeza escondida, a fala que se cala, a lágrima que demora a acontecer.
Olhos que conhecem os sinais do nosso rosto. O não indeciso. O sim contrariado. Os diferentes tipos de sorriso.
Olhos que sabem quando mentimos. Quando queremos silêncio. Quando estamos cansados.
Quando precisamos urgentemente de delicadeza.
Generosos são os olhos que nos amam." - Ana Jácomo
Há aqui, nestes versos, vários paradigmas.
Os paradigmas são, em essência, padrões de percepção e respostas à nossa interatividade bio-psico-neural com o universo.
Será que enxergamos a vida como ela é? Ou será que ela é uma projeção de nossas crenças, percepções e conveniências?
São exemplos de paradigmas os de tipo visuais (como enxergamos o mundo), auditivos (como percebemos os sons), sinestésicos ( as sensações). E isto forma um vasto sistema de crenças e padrões de percepções e reações às realidades objetivas e subjetivas.
Daí, temos paradigmas pessoais, religiosos, familiares, científicos, podendo classificá-los de forma sintética ou analítica, a fim de identificar suas especificidades.
Estes paradigmas, dejam eles visuais, auditivos ou sinestésicos, limitam-se à subjetividade, ao tempo e ao espaço.
O que queremos dizer com isto?
À subjetividade. Um paradigma limita-se à memória, às experiências, e à maneira pessoal de cada ser enxergar o mundo e de responder às impressões deste, das pessoas e de si mesmo. Podemos enriquecer esta compreensão entendendo que o mundo aqui é substancial, físico, captado pelos cinco sentidos, mas também o metafísico, captado pelo extrasensorial e intuicional.
Por exemplo, sua maneira de enxergar uma peça de teatro ou de lidar com qualquer evento da vida é insubstituível, pessoal, própria e, portanto, refere-se à sua realidade "pessoal".
Ao tempo. Os paradigmas pessoais e sociais, e nisto incluem todos os demais paradigmas que abordamos aqui, modificam-se com o tempo. A maneira de enxergar pessoal e de um grupo, respeitando-se que estas mudanças podem ocorrer de forma rápida ou lenta, altera-se com o tempo.
Exemplo disso, é que a sociedade judaico-cristā já não mais apedreja ou crucifica alguém por supostos crimes sociais ou religiosos.
Ao espaço. Por que os paradigmas de uma tribo indígena da Amazônia difere daquela localizada no Tibet, tanto no que se refere aos desafios que enfrenta, como nos hábitos comportamentais de adequação e superação, como os oriundos de seus sistemas de crenças.
Os paradigmas, embora representem maneiras mais ou menos padronizadas de perceber e interagir com o mundo, elas impõem limites, e constituem desafios a serem superados.
Há duas maneiras de superar estes paradigmas: através da evolução ou através da revolução.
A evolução ocorre quando um paradigma é visto de uma maneira aparentemente "ampliada", mas sem perder a idéia original da mesma, ou seja, é quando uma dedução ou indução confirma-se, porém trazendo novas indagações, portanto, novos desafios.
Um exemplo disto é quando os neurocientistas identificaram que a dopamina era um hormônio relacionado à recompensa. Eles achavam que ela fosse liberada no ato de obtenção desta recompensa.
Porém, estudos posteriores revelaram que na verdade este hormônio é liberado a fim de incentivar a busca por esta recompensa. Veja que o tema "recompensa e dopamina" evoluiu, sem perder sua relação.
Já a revolução é uma quebra destes padrões. É quando saímos de um sistema de crenças e passamos enxergar de uma forma completamente livre dos padrões "aceitos" pela sociedade, ou concebidos pelo indivíduo.
Um exemplo disto é quando Galileu desafia o status quo de que o sistema interplanetário não é geocêntrico, mas heliocêntrico, revolucionando a visão de mundo da época.
Quero concluir essa introdução reflexiva sobre este tema com perguntas, a forma mais simples e eficaz de quebrar paradigmas:
Se a vida é uma projeção de nossas crenças, será que cada pessoa não a enxerga e vive à sua maneira? Diante disto, faz sentido estabelecer regras de aprendizado?
Será que todos superaram a crença do geocentrismo? Ou será que a Terra é o único sistema de vida? Responda sua percepção disto nos comentários.
Se Deus criou o mundo, quem criou Deus?
Será que nossa vida está limitada ao fim de nossa respiração?
Será possível percebermos a vida além dos cinco sentidos?
A quebra de paradimas revela-se como a maneira mais eficaz e eficiente de nos libertarmos de sistemas de crenças.
Agradeço por me permitir contribuir com a evolução e, eventualmente, com a quebra de paradigmas.
Douglas Ghimell
Terapeuta e Coach Holístico
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