Como Conquistar a Confiança do Seu Filho, Antes Que Seja Tarde

Na interrelação com nossos filhos, sobretudo na pré adolescência ocorrem não pouco comum desafios, pois trata-se de um momento delicado na vida de um filho.

Adolescência, puberdade, menarca é o momento da descoberta. 

Usar termos pejorativos como "aborrecente", "fedelho", "pirralho" ou algo que o faça achar tratar-se de algo muito difícil de lidar pode passar a este ou esta a idéia de incapacidade do pai ou da mãe em lidar com o fato.

A coisa fica ainda mais desafiadora para os pais quando eles observaram ao longo da infância atitudes imaturas, relacionamentos conturbados com ou entre os pais, dificuldade de comunicação e o pior, quando isto traduziu-se em seu inconsciente, que falar com o pai ou a mãe, constitui ameaça ou algo indesejado.

O inconsciente busca a "zona de conforto", vai preferir sempre evitar o que é desagradável e me tira o prazer. Sobretudo na idade dos "hormônios à flor da pele".

Choques de incompatibilidade com a "nova geração", ou o "novo normal" podem traduzir-se em desentendimentos, bloqueios e duros desafios para aquele que está se despertando para uma auto imagem, a chamada formação da personalidade.

Eventuais palavras duras, críticas que soam como severas, podem soar como ameaça, fazendo com que este adolescente torne-se fechado para um diálogo, considerando qualquer conversa com os pais como uma "ameaça" ou algo extremamente "chato" ou incômodo.

Entenda que a adolescência é um momento crítico na vida de alguém. Você também passou por isto, mas num contexto diferente do atual.

É um momento de muitos "porquês" e de olhar-se no espelho com mais frequência. 

É um momento histórico e definitivo na formação e consolidação do caráter.

E o que fazer nesta hora? Diálogo . Muito diálogo.

E se houver barreiras, temos que mudar isto o quanto antes.

Como quebrar eventuais barreiras?

O mais importante é entender que 

não podemos entender o outro com nossa maneira de ver, mas com a maneira do outro ver

Diante disto, disponibilizamos abaixo como é possível transitar de pai/mãe para confidente, ou "o melhor amigo(a) do seu filho".

Quebrar barreiras com um(a) adolescente magoado(a) exige paciência, empatia e consistência. Aqui estão alguns passos que podem ajudar:

  1. Escute de verdade, sem julgar: Crie um espaço seguro onde ela possa se expressar sem medo de críticas. Às vezes, só o ato de ouvir com atenção já começa a curar.

  2. Reconheça os sentimentos dela: Validar o que ela sente (“Entendo que você está magoada”, ou “Isso deve ter doído”) ajuda a construir confiança.

  3. Seja vulnerável também: Compartilhar algo pessoal (sem inverter os papéis ou dramatizar) mostra que você entende o que é se sentir ferido ou mal compreendido.

  4. Evite pressionar: Dê tempo. Adolescente magoada costuma precisar de espaço para baixar as defesas.

  5. Use gestos, não só palavras: Pequenos atos de carinho ou preocupação (um bilhete, preparar algo que ela gosta) podem dizer muito mais do que discursos.

  6. Peça desculpas, se for o caso: Um pedido de desculpas sincero pode ser libertador para ambos.

  7. Seja constante: A confiança se reconstrói com repetição. Mostrar que você está ali, mesmo quando ela te afasta, é o que faz a diferença a longo prazo.

Também podemos utilizar princípios da neurociência, a fim de tornar mais eficiente um resultado. 

Influenciar alguém a se abrir usando princípios da neurociência envolve compreender como o cérebro responde a segurança emocional, empatia e conexão. Aqui estão estratégias baseadas nisso:

  1. Crie segurança emocional (sistema límbico): O cérebro humano está sempre avaliando se está seguro ou ameaçado. Seja previsível, gentil e respeite os limites dela — isso acalma a amígdala, responsável pelas reações de medo/defesa.

  2. Conexão antes da correção (oxitocina e empatia): Construa laços afetivos genuínos. O toque (se apropriado), o olhar nos olhos e a empatia aumentam a oxitocina, o “hormônio do vínculo”, o que facilita a abertura emocional.

  3. Use o efeito espelho (neurônios-espelho): Demonstre vulnerabilidade de forma cuidadosa. Quando você compartilha algo real e pessoal, ativa os neurônios-espelho do outro, gerando identificação e conexão.

  4. Reforce positivamente (dopamina): Cada pequena abertura dela deve ser valorizada com reconhecimento ou gratidão. Isso ativa o sistema de recompensa do cérebro e a faz querer repetir o comportamento.

  5. Reduza julgamentos (córtex pré-frontal): O julgamento bloqueia o processamento racional e ativa o modo defensivo. Ser aceito ativa áreas do cérebro ligadas à tomada de decisão e empatia.

  6. Seja paciente (plasticidade neural): Mudanças emocionais profundas levam tempo. O cérebro precisa de repetição e consistência para formar novas conexões emocionais seguras.

Como adaptar isto a um filho?

Obrigado por compartilhar isso. Quando se trata da sua filha, especialmente se ela é adolescente e está magoada, a chave é reconstruir segurança emocional com pequenas atitudes constantes, usando o que a neurociência nos ensina sobre vínculo e confiança.

Aqui vai um plano simples e baseado nisso:

1. Construa um espaço de “segurança invisível”

  • O que fazer: Esteja presente sem invadir. Por exemplo, sente-se perto dela mesmo em silêncio, sem forçar conversa.
  • Por que funciona: Isso sinaliza ao cérebro dela (especialmente a amígdala) que você não é ameaça, mesmo quando ela está retraída.

2. Valide sem tentar consertar

  • O que dizer: “Eu imagino que isso esteja sendo difícil pra você. Se quiser falar, tô aqui. Se não quiser, tudo bem também.”
  • Por que funciona: Isso ativa o córtex pré-frontal dela, ajudando-a a processar emoções com menos reatividade.

3. Reforce cada abertura com cuidado

  • O que fazer: Se ela der um pequeno sinal (como responder com mais do que “sim” ou “não”), responda com um sorriso calmo, um “obrigado por me contar” ou algo leve.
  • Por que funciona: Libera dopamina, que associa a conversa com algo positivo e seguro.

4. Compartilhe algo seu de forma breve e humana

  • Exemplo: “Quando eu tinha sua idade, às vezes eu também me sentia muito sozinha, mesmo com gente por perto…”
  • Por que funciona: Ativa os neurônios-espelho e cria empatia sem pressão.

5. Rotina e constância = segurança

  • O que manter: Refeições juntos, rituais simples (um chá, um “boa noite”, uma caminhada). Mesmo que ela rejeite no começo.
  • Por que funciona: O cérebro confia na repetição. Isso ajuda a reconstruir laços.

A confiança nos pais é fundamental a fim de terem uma amizade verdadeira como referência.

Para mais informações e ajuda terapêutica conte comigo.

Douglas Ghimell 

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